Produtores rurais aumentam investimentos em energia solar

Propriedades rurais já são responsáveis por 14% da geração solar no Brasil

A redução do custo dos projetos de geração, a maior oferta de crédito subsidiado e a alta das tarifas do Sistema Elétrico Nacional têm levado a um crescimento acelerado da geração própria de energia solar nas propriedades rurais.

Com base em dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) estima que o estoque de investimentos em geração própria no campo saltou de R$ 400 milhões, em 2018, para mais de R$ 17 bilhões, em outubro de 2023. Desde 2022, o volume total investido cresceu 30%.

Esses investimentos fizeram a geração de energia solar nas propriedades rurais brasileiras ganhar participação relativa no conjunto do que é produzido atualmente no país. As propriedades rurais, que respondiam por 6,5% da geração distribuída em 2018, são responsáveis hoje por 14%, segundo a Absolar, a partir de dados da Aneel.

Em termos de geração de energia, os sistemas instalados nas propriedades rurais tinham capacidade de gerar o equivalente a 49 megawatts, há cinco anos. Em outubro de 2023, a potência instalada bateu 3,5 mil megawatts, com crescimento de mais de 70 vezes. Nesse mesmo período, o número de sistemas rurais de geração própria de energia solar passou de 3 mil para mais de 188 mil em operação no território nacional.

“Tivemos um crescimento muito robusto nesse período, demonstrando um avanço muito grande da geração de energia solar em sistemas em operação em propriedades rurais”, afirma Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar. “O avanço da geração de energia solar em propriedades rurais foi mais acelerado do que o avanço em outros perfis de consumidores, como residências, empresas de serviços, comércio, indústria e prédios públicos”, diz o executivo da associação que reúne empresas ligadas ao setor.

O presidente da Absolar destaca três fatores que explicam o maior uso de energia solar nas propriedades rurais. “Uma das tendências é a redução do preço dos equipamentos. Ano a ano, as tecnologias têm se tornado mais baratas, mais competitivas e mais acessíveis aos consumidores. E, por outro lado, o preço da energia elétrica tem aumentado acima da inflação e pesado no bolso dos consumidores e produtores rurais”, afirma Sauaia.

O governo federal contribuído para essa expansão com mais recursos para financiar projetos de geração de energia solar no campo, principalmente por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financia até 100% dos equipamentos de geração a juros de 8,5% ao ano. No Plano Safra 2023/24, o crescimento do total de crédito subsidiado cresceu cerca de 30%.

“Com o uso da energia solar, os consumidores e produtores rurais conseguem ter uma economia que pode chegar a 90% na conta de luz. Para recuperar o investimento inicial, são necessários entre quatro e seis anos. São sistemas com garantia de performance de 25 anos ou mais, o que é muito positivo”, avalia Sauaia, para quem a associação tem contribuído para a difusão dessas tecnologias. “Ou seja, são praticamente 20 anos de energia praticamente de graça”, ressalta o executivo.

Fonte: globorural.globo.com

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