O crescente aumento nos custos da energia elétrica tem estimulado a busca por soluções alternativas, impulsionando a procura por painéis fotovoltaicos e criando um novo nicho de usuários. De acordo com dados da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), os investimentos em projetos fotovoltaicos ultrapassaram a marca dos impressionantes R$ 30 bilhões no ano de 2023.
Com o crescimento da popularidade dessa fonte de energia limpa e sustentável, também tem ocorrido um aumento no interesse de um público diversificado, incluindo aqueles com menor poder aquisitivo. Esse fenômeno é comprovado pelo crescimento na demanda por microcrédito, especialmente entre pessoas desbancarizadas.
Em 2022, o Banco da Família, com sede em Lages (RS), registrou um surpreendente aumento de 126% no volume de financiamentos para projetos de energia solar em comparação ao ano anterior. E até o início de julho deste ano, o volume já chegou a quase 75% do total emprestado durante todo o ano passado.
Elaine Amaral, diretora do Banco da Família, ressalta que a conscientização sobre os benefícios do investimento em painéis solares tem motivado alguns clientes a considerar esse recurso como parte de sua estratégia de aposentadoria. As pessoas estão percebendo que vale a pena investir em energia solar a longo prazo.
Neusa Jeremias, uma costureira, é um ótimo exemplo desse novo perfil de consumidor. Ela optou por um empréstimo de R$ 15 mil para reduzir seus custos mensais com energia elétrica, que eram elevados devido ao uso constante de equipamentos para seu pequeno negócio, localizado em sua residência. Graças à instalação dos painéis solares, seus gastos com energia foram reduzidos significativamente, de R$ 460,00 para menos de R$ 100,00.
Para atender a crescente demanda, o Banco da Família está buscando expandir rapidamente a oferta de painéis solares e, recentemente, firmou parcerias com empresas fornecedoras do produto, como a NeuStrom, também sediada em Lages.
O empresário Guilherme Schwedler, sócio da NeuStrom, confirma a mudança no perfil dos consumidores, observando um aumento significativo no número de clientes com projetos menores desde o ano passado, em comparação com a preferência por sistemas maiores em 2021. Essa tendência por projetos menores parece se manter ao longo de 2023.